Single novo de Miley Cyrus? Temos para hoje! Ops… quer dizer, da Ashley O. A personagem da nossa diva em Black Mirror também é uma grande superstar, e o videoclipe de “On a Roll” foi lançado nesta quinta-feira (06)! E para quem estava com saudades dos tempos da Hannah Montana, temos uma história quase parecida… na verdade, muito verossímil à vida de qualquer estrela pop mundo afora. Eu disse estrela pop? Perdão, cadela da indústria musical é o termo apropriado!
Com aquele toque futurista ao melhor estilo Black Mirror, vemos a “estrela” em um cenário cheio de luzes bastante coloridas. Nossa, eu tinha que mencionar o nome da série ao menos mais uma vez, não é mesmo? Assim posso descontextualizar todo o resto sem remorso! Outro detalhe à parte é o visual da minha musa, com o cabelo roxo característico da personagem e um look todo trabalhado no látex. Tudo isso somado às coreografias icônicas de seu balé. No caso, os méritos da produção são da série! Agora vamos à letra e o contexto que decidi ignorar, pois julgo a ambivalência de meus leitores ser particularmente rasa:
“God money I’ll do anything for you.
God money just tell me what you want me to
God money nail me up against the wall.
God money don’t want everything he wants it all.”
Gente, Miley é rainha mesmo! Afinal, quem não gosta de uns trocados a mais no bolso? Melhor ainda, desse modo podemos nos dar o direito de criticar todas as nossas divas quando bem entendermos! Quem está pagando e dando todos os holofotes somos nós, então, vez ou outra, nos damos o luxo de linchar virtualmente qualquer umazinha que ousar pisar no nosso calo! Além disso ser satisfatoriamente um exercício narcisista, ao menos para mim, que não tenho nada melhor para fazer com minha pífia existência. Lacrei!
“Head like a hole.
Black as your soul.
I’d rather die than give you control.”
Veja o animal na gaiola que você construiu, tem certeza de que lado você está? Parece estar exatamente onde pertence? Dentro dessa linha tênue parece certo meramente escolher viver num tipo de ilusão perfeita, mesmo que a realidade ao nosso redor não pareça apreciar tais esforços, ainda assim podemos escolher ignorar, certo? Apenas seguir com a vida, puxando o celular do bolso, dando uma olhada nas notificações de vez em quando.
Vale lembrar que essa fantasia pertence ao episódio “Rachel, Jack and Ashley Too”, da quinta temporada. Nele, alguns trechos do vídeo de Ashley já haviam sido exibidos. Mas não vamos esquecer que, no passado, repudiamos a mudança da sonoridade de Miley Cyrus com aquela coisa “Indie conceitual” que somente gente raivosa e depressiva gosta. Contudo, agora temos o resultado final, confiram também a outra faixa que saiu em todas as plataformas digitais! Já disse que o refrão é bem grudento? Nem precisa dizer que a gente ama!!! Kkkk Confira aqui:
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Publicação original: Hugo Gloss.
“Ai mas ela é tão linda…”
HAHAHAHAHA
achei que o blog tinha morrido? Ainda não vi a serie, mas a musica ta otima, se joga nesse estilo da tia peruquinha Miley, vou stanear.
Morreu não, eu só tô postando com menos frequência até melhorar de uns problemas =)
Tá boa mesmo!
Esse episódio foi tão detonado pelo público de Black Mirror, que falaram que parecia um filme de sessão da tarde… mas eu gostei pra caramba. Pros padrões Black Mirror ele pode ser mais leve, mas achei o teor crítico é bem forte, sobre como a indústria do entretenimento trata os artistas como produtos e os pontos a que eles estão dispostos a ir pra continuar faturando em cima deles, roubando músicas da memória deles, usando hologramas pra “mantê-los vivos” e por aí vai (qualquer semelhança com Michael Jackson virando holograma há uns dois anos e tendo vários álbuns póstumos de músicas que ele nunca quis lançar são só coincidência… né?).
A letra da música do Nine Inch Nails caiu como uma luva. E a escolha da Miley Cyrus também, já que ela é bem aberta pra falar sobre a forma como a Disney trabalha seus atores/cantores… engraçado, eu não via graça nenhuma nela na fase Hannah Montana, achei que ela tava desesperada pra aparecer quando entrou na fase piriguete-maconheira-porraloca… mas hoje eu respeito ela; com todas as críticas que ela já tomou e com todo mundo achando que a fase porraloca era um sinal de autodestruição, ela conseguiu a façanha de ser uma das únicas ex-estrelas da Disney que conseguiu manter a saúde mental e fazer o tipo de música que quer (independente se são músicas que eu gosto de ouvir ou não).
Sim, eu fui ler sobre isso depois que assisti ao episódio. Tinha muita gente descendo a lenha e colocando a tag #NotMyBlackMirror nas críticas do imdb. Fiquei tipo: “esse pessoal tá deixando os subtextos passarem batidos”. Depois que a Netflix soltou o clipe no YouTube, vi vários comentários dizendo algo como “ah, agora faz sentido”.
Nunca tive interesse em Miley Cyrus (musicalmente), mas sempre via as notícias e etc. Concordo contigo, foi uma das poucas que não “enlouqueceu” e seguiu fazendo o que realmente queria, isso eu aplaudo e não tiro seu mérito.
E no caso das que “enlouqueceram”, eu também não julgo elas; depois de ver algumas entrevistas e documentários, fico com a impressão que o meio do entretenimento pode até parecer uma vida fácil pra quem olha de fora, mas deve ser extremamente brutal pra quem está dentro, com as cobranças pra manter o sucesso (e os lucros dos investidores) a qualquer preço, a perda de privacidade, a rotina caótica… acho que as pessoas desesperadas pela fama pensariam duas vezes se soubessem como funciona esse meio por trás das aparências.
Ou não, né, tem louco pra tudo.
Ou talvez a combinação de ganhar dinheiro nesse meio com a esperança de que não aconteça com eles. Mas na questão do dinheiro, vindo de uma realidade cruel e sem muitas chances, eu consigo visualizar perfeitamente o porquê de escolher trilhar o entretenimento.
Existem muitas outras variáveis, claro, por isso fica difícil compreender as escolhas de cada celebridade. Esse é um tópico imenso e complexo.