Como quase ninguém sabe, BLACKPINK fez seu retorno nesta sexta-feira, dia 26 de junho, com a faixa intitulada “How You Like That”. Os portais de entretenimento estão fazendo sua parte, são várias as notas sobre o assunto em diferentes idiomas por toda a internet, ainda assim, quase nenhuma reação do público é vista. Entenda: é como se o grupo sempre gerasse forte ruído dentre uma profusão de fóruns e bolhas virtuais, mas o ruído nunca desaparece.
A verdade é que BLACKPINK sempre teve uma identidade sonora, porém essa identidade teima em não vestir muitas pessoas. É como ir numa loja buscar um produto específico, encontrá-lo, e mesmo assim reclamar com o lojista em seguida. Você já viu amigas e amigos usarem, experimentou, gostou, contudo o paradoxo do “fica melhor nos outros” acontece.
Tratando-se de sonoridade e repertório, deveria haver uma clara distinção entre reminiscência, memória afetiva e referenciais. Para uma análise mais objetiva, eu tive que voltar mais de 10 anos e lembrar-me de “Let The Bass Kick in Miami Bitch“. Naquele ano, o Electro House passava a tomar contornos futuristas com seus sintetizadores mais sônicos conduzidos por uma batida mais forte. Retornando para a atualidade, “How You Like That” traz a reminiscência do gênero eletrônico somado ao Hip Hop e com boas escolhas na estrutura da música.
O que talvez embaralhe a memória afetiva de boa parte dos fãs de K-Pop, pois, experimentar certas fusões nem sempre soará como o passado que se ouvia, porque o passado é constantemente adaptado por nós para se tornar uma pintura bonita, que não deve repetir-se. Portanto, se o repertório for escasso, aconselho a todas e todos ouvirem o máximo que as esferas musicais têm a apresentar. Entender nunca foi difícil, ou talvez falte algo que não estava lá em primeiro lugar.
Gostei bem mais do que eu esperava. O Blackpink tem um efeito interessante comigo: nenhuma música delas grudou na minha cabeça, ou é algo que eu procuro no YouTube quando tenho vontade de ouvir música (o fato de todas elas serem meio parecidas umas com as outras também não ajuda); porém, ao mesmo tempo, todas foram agradáveis de ouvir pra mim (e nesse caso, o fato de todas elas serem meio parecidas umas com as outras ajuda sim).
Acho que é como o Bruno (do finado Asian Mixtape) bem definia como “agradável porém esquecível”. Mas certamente não parece ser esquecível para a maior parte do público, então acho que elas estão sim no caminho certo.
Também acho, elas estão consolidando muito bem até agora.