Enquanto seu fantoche favorito não lança uma música que preste, temos Fei. A ex-integrante do grupo sul-coreano miss A, cuja existência fora obliterada num pacto coletivo entre os fãs do grupo, onde somente o nome Suzy traz algum interesse para relembrar os tempos passados. Não é meu caso, creio que só ouvi uma ou quatro músicas do miss A durante todo este largo espaço de procrastinação que seguro em minhas mãos.
Mas não vou negar, na primeira vez que vi o videoclipe de “Fantasy“, ignorei completamente a péssima progressão de acordes (se houver) e me deslumbrei com a proposta visual tal como seus subtextos. Pois é inegável, todos nós vivemos em algum nível de “Fantasy”. Voltando para a faixa em si, eu até anotei num rodapé qualquer “vocal fraco e achatado”. Contudo, é muito boa a sensação de quando a sentença se prova errada. É justamente por isso que “Stalker” está aqui.
Passando pelo texto introdutório de como soará seu álbum, temos toda uma narrativa dramática, poética, de jornada épica até. Pois bem, espero que mantenham essa atmosfera como fizeram na faixa título. “Stalker” tem um pé no Rock industrial que a torna realmente inventiva, mantendo certa tensão durante toda sua execução, além de você finalmente poder ouvir Fei apropriadamente.
Não é questão de “experimentalismos”, mas sim de utilizar algo que já existe e deixar mais assimilável para um público mais amplo. Minha xará, Camila Cabello (Karla Camila Cabello), fez algo sutilmente similar com a canção “Shameless”, canção essa que só fui descobrir uns dias atrás; mas antes tarde que nunca. É muito bom notar também que a música não passou despercebida por outros músicos, tanto que o comentário no topo é justamente uma pessoa ensinado como tocar “Shameless” na guitarra. Músicas sóbrias e com certo “peso” têm seu espaço e já temos dois exemplos de que determinada sonoridade, adaptada corretamente, pode alcançar milhões, e arrisco dizer bilhões, pelo mundo.