Estou sonhando acordada ao mesmo tempo que passo por este cenário real — e, sim, sinto meu corpo estilhaçar por entre os quadros. Pois a paixão de viver padece na falta dum ombro para escorar a cabeça, mas o que fazer quando se é doente e enxerga coisas que ninguém mais vê? Ninguém me vê também. Muitos anos atrás eu quis pintar em todos os muros da cidade um trecho de Eugenio Montejo, que dizia algo como “a terra girou para nos unir neste sonho”.
Autor: Whatever Music Basement
Antifragile, Le Sserafim e o que é música
Então, quais são as novas? As latino-coreanas do Le Sserafim lançaram recentemente novo EP com o single “Antifragile”, porém, antes de prosseguir, a tia foi se inteirar na Wikipédia. E, olha só, agora entendo o burburinho da blogosfera e maior partes das pessoas por trás do grupo: existem duas integrantes que participaram e formaram o grupo temporário IZ*ONE, sim, através daquele reality (Produce: insira número) que manipula até vossas almas, mas mesmo assim vocês assistem e amam.
28 Reasons, Seulgi e K-Pop com Cristo
Houve um tempo na história da SM Entertainment em que lançamentos solo não eram comuns. Isso mudou drasticamente na última década, com tantos grupos populares lançando igualmente projetos solo populares. As integrantes do Red Velvet já lançaram trabalhos solo e de subunidades, mas 28 Reasons marca a estreia oficial de Seulgi depois de aparecer em dezenas de projetos e colaborações.
Seulgi sempre se destacou como uma estrela solo óbvia. Ela é uma artista talentosa, com vocais fortes e habilidades de dança. 28 Reasons sugere essas qualidades, embora pareça um pouco contido. Porém existe uma explicação louvável por trás disso.
[Solitário]
Ando pelo bairro sempre imaginando possíveis cenários, nenhum deles nunca vai corresponder com a realidade. Penso estar conversando com alguém que nunca vi pessoalmente nem nunca verei, penso também estar falando outros idiomas que nunca aprenderei.
[Animais Selvagens]
“Você costumava me cativar com sua luz ressonante. Agora, estou presa pela vida que você deixou para trás. Seu rosto assombra meus sonhos outrora agradáveis. Sua voz afugentou toda a sanidade em mim. Essas feridas parecem não cicatrizar, essa dor é muito real. Há muito que o tempo não pode apagar.”
WA DA DA, Kep1er: mil tretas e mil trutas
Enfim, chegamos ao ápice problemático deste meu espaço digital. Vamos discorrer um pouco sobre a estreia do grupo mais aguardado no K-Pop em 2022, Kep1er. Mesmo sendo fruto de mais um reality show que em edições passadas foram confirmadas várias fraudes. Pois é, mesmo todos os espectadores sabendo que seriam enganados, mais uma vez, ainda assim não deixaram o balde de pipoca de lado e foram lá assistir. Óbvio, pois a narrativa do oprimido nunca falha. Basta manipular algumas torturas emocionais que o público já corre sedento para defender os frascos e comprimidos. Não que as pessoas não sofram, existem milhões e milhões de pessoas sofrendo neste exato momento por motivos diversos. A jogada aqui é o truque de como se explorar uma imagem para ser projetada como a de quem “realmente” sofre. Isso funciona perfeitamente em diversos programas ao redor do mundo.
Step Back, Girls On Top: Lacre reverso?
Antes que a pauta esfrie e apareça mais 47 grupos de K-Pop que não terão absolutamente nada de interessante para se escrever, venho aqui tomar temporariamente a administração do Whatever Music Basement. Isso mesmo, Tia Carla está desmumificada e pronta para 2022, sigam-me. A bola da vez é o novo e audacioso grupo de estrelas da SM Entertainment, formado por nomes já conhecidos e consagrados na indústria sul-coreana, com mulheres fortes e exalando carisma. Mas grandes nomes não garantem aclamação imediata, especialmente das feministas. Pois, como todos sabem, feminismo é sobre poder, morte ao pênis, engenharia civil, táticas de guerrilha, falar mal de macho escroto, paz, máquinas agrícolas, amor e união.
Especial: Pixy, Everglow, Chungha e Lisa
Então, como eu estive hibernando nos últimos, sei lá, três anos? Venho por meio desta publicação dissertar sobre algumas músicas que valem a pena serem discutidas. Primeiramente, Pixy, com dois singles de trabalho, “Addicted” e “Bewitched”.
Roman, Mashrou’ Leila e a legitimada cobrança
Olá. Sou eu, Carla. A nômade, a verdadeira desafiadora do desconhecido. Não sei ao certo como vim parar aqui, ou mesmo a localização exata. Penando melhor após uma breve pausa, lembro-me de Navios mercantes. Aqui faz muito calor e não vejo árvores para me abrigar neste mar deserto, de areia fina e pedregulhos hostis. Então caminhei. Caminhei até chegar numa espécie de construção abandonada. Lá encontrei pessoas, pessoas diferentes com trajes diferentes falando numa língua que eu não compreendia. Todas mulheres. Havia uma única que conseguia me entender, perguntou gentilmente o que eu fazia ali, se estava perdida. Como minha mente ainda estava confusa, apenas mencionei um Navio mercante. A mulher sorriu e disse que certamente foram os romanos que haviam me trazido até ali.
30 de Setembro
Amarelo. Existem algumas feridas que nunca irão cicatrizar. Fui tentar pintar o sol, tinteiro vazio.