Então, como eu estive hibernando nos últimos, sei lá, três anos? Venho por meio desta publicação dissertar sobre algumas músicas que valem a pena serem discutidas. Primeiramente, Pixy, com dois singles de trabalho, “Addicted” e “Bewitched”.
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Orishas: de raízes ao valor da música inestimável
O que faz uma música ser música? Saber tocar, saber escrever, ter alma, tocar o coração? E se, neste caso, tivermos tudo isso em algo chamado raízes? Poder contar a história de sua terra natal carregando uma bagagem imensa de cultura e musicalidade, com orgulho e de cabeça erguida. Orishas é tudo isso. Um grupo de Hip Hop cubano de Havana, Cuba, fundado em 1999. Pioneiro no gênero em seu país, Orishas também carrega em seu nome a referência direta (Orixás) ao conjunto de divindades cultuadas nas religiões de base africana nas Américas, como a santería em Cuba e o candomblé no Brasil, decorrentes da realocação de escravos iorubás.
Stalker, Shameless: Fei e Camila Cabello na rota do Industrial
Enquanto seu fantoche favorito não lança uma música que preste, temos Fei. A ex-integrante do grupo sul-coreano miss A, cuja existência fora obliterada num pacto coletivo entre os fãs do grupo, onde somente o nome Suzy traz algum interesse para relembrar os tempos passados. Não é meu caso, creio que só ouvi uma ou quatro músicas do miss A durante todo este largo espaço de procrastinação que seguro em minhas mãos.
Mas não vou negar, na primeira vez que vi o videoclipe de “Fantasy“, ignorei completamente a péssima progressão de acordes (se houver) e me deslumbrei com a proposta visual tal como seus subtextos. Pois é inegável, todos nós vivemos em algum nível de “Fantasy”. Voltando para a faixa em si, eu até anotei num rodapé qualquer “vocal fraco e achatado”. Contudo, é muito boa a sensação de quando a sentença se prova errada. É justamente por isso que “Stalker” está aqui.
Black Halo, Hybrid
Hybrid lançou recentemente seu sexto álbum de estúdio, “Black Halo”, e como você pode esperar de uma das maiores referências da Bass music, é sombrio, emotivo e tecnologicamente elegante. Em grande parte escrito durante a turbulência de 2020, o álbum celebra a perseverança e o triunfo do espírito humano. Não importa o que a vida nos lance, nós prosperamos e sobrevivemos.
“Black Halo” alcança os pontos doces entre os contrastes mais uma vez. Em algum lugar entre orgânico e eletrônico, fé e escapismo, cordas e sintetizadores, bateria e baixo, medo e esperança. É um lugar onde Hybrid pode contar suas histórias mais ousadas até agora. Como aponta a narração de “Flashpoint”, música que abre o disco para uma grande jornada à frente:
Pixy e crítica à crítica
Sabe o que eu detesto atualmente? Eurocentrismo. Sim, aquela noção arcaica de que a música de verdade consiste apenas nas obras de grandes compositores europeus. Aquela pompa de música clássica e orquestras executando as peças mais complexas que se possa imaginar. Obviamente muitos já questionaram a completa ausência dos outros continentes quando se estuda música erudita, engraçado, não é? Por algum motivo escuso (eugenia) e muitos saqueamentos ao longo de umas centenas de anos, o que era nosso deixou de ser. Ora, música é identidade e nossa identidade passou a valer menos. Tenham isso em mente.
She Couldn’t, Linkin Park e a vida
Tudo bem, vou respirar fundo, relaxar os ombros e olhar para cima enquanto tudo desmorona. Ninguém acima está vindo me salvar, pois não há alguém. Nunca houve. O que resta é afundar nessa areia movediça, deixar a sombra tomar o controle. Está tudo bem. Saio de casa, ponho um sorriso largo no rosto e finjo que o chão abaixo de meus pés não está tremendo.
É apenas a vida, a besta indomável de todas as circunstâncias. E eu posso sentir o medo. Eu posso sentir o medo abrir como uma janela. De todos os caminhos que tracei e percorri, acabei escolhendo a estrada mais escura. Escolhi esta estrada por querer tocar no tom mais escuro da escuridão, então o fiz. Não sei se era paz ou abismo, mas havia um sagrado e profundo silêncio.
The Cold, Exitmusic
Imaginem isto: vários corredores brancos, alguns vazios apenas com a penumbra de companhia, e o cheiro de alvejante vindo do chão. Em cada canto, uma lixeira. Você senta numa cadeira desconfortável que lhe ofereceram, olha ao redor, mas só consegue fixar o cenário para fora da janela; tudo próximo fica em segundo plano. Um momento como esse é desolador, claustrofóbico e cruel. Ainda assim, você entrelaça os dedos e põe os braços sobre as pernas, entretanto não consegue conceber uma única palavra ou se mover de jeito algum.
Ilusão (Cracolândia), MC Hariel e vivência
Com batidas de Funk e música eletrônica, alinhadas a excelentes arranjos de instrumentos de cordas, “Ilusão (Cracolândia)” chegou na sexta-feira passada (13) ao público. O alto desempenho surpreendeu e emocionou milhões de ouvintes, enquanto seguem aplaudindo a iniciativa criada por Alok, MC Hariel, MC Davi, MC Ryan SP, Salvador da Rima e Djay W.
Red Moon Rising, Hippie Sabotage
Mais uma noite adentro e vejo em minhas recomendações um título difícil de ignorar, “Devil Eyes” era o nome da música. Creio que a maioria dos milhões de ouvintes fora atraída assim, pelo franzir da testa seguido de um olhar curioso, e então temos nosso primeiro contato com Hippie Sabotage, uma dupla de música eletrônica norte-americana, composta pelos irmãos Kevin e Jeff Saurer.
Gigaton, Pearl Jam
Hoje a manhã surgiu rosada pela janela, um tanto incomum aos habituais raios de sol alaranjados depois de tantas madrugadas. Quando criança, imaginava um castelo sobre as nuvens, até planejei pegar um de seus tijolos assim que eu tivesse a oportunidade de viajar num avião. É de se pensar. Pois, com o passar dos anos, a água em seu estado gasoso dissipara a imaginação duma criança para uma realidade acinzentada e concreta.