EXO retornou final do ano passado com seu sexto álbum de estúdio, intitulado “Obsession” e com faixa título homônima. Na época, pensei em discorrer alguns breves comentários sobre a canção em questão, mas demorei um pouco para destrinchar seu caráter anticlimático. E, pelo que percebo, há uma tendência mesmo que tímida de músicas conduzidas pelo baixo – neste quesito, não tenho do que reclamar. Apesar de músicos e críticos apontarem favoritismo para uma rota melódica de tais quatro acordes, tal qual a queixa do suposto excesso de Auto-Tune, permito-me discordar fortemente de purismos e diplomas envernizados.
Ora, quem preza e prega complexidades melódicas acaba criando uma falsa simetria do que está sendo avaliado, assim como a exigência de vozes cristalinas. Música pop exige simplicidade sem demérito. Porém critérios egocêntricos e desmedidos sobressaem apenas para uma tapinha nas costas, melhor ainda se você concorda e repassa por não ter gostado de determinada música, isso valida certas “autoridades” e, por conseguinte, torna-se a palavra final das mesmas.
Mas retornando a “Obsession” e a impressão anticlimática da canção. Como disse acima, a faixa é conduzida pelo baixo, só que em alguns momentos esse “clima” se quebra nas seções de vocais cantados. A agressividade cessa para intercalar com movimentos suaves, e que já adianto: não é incoerente. “Obsession” funciona como num formato de ondas de áudio, a música sobe e desce. Não seria minha escolha imediata, contudo as escolhas de arranjos e principalmente a prevalência do baixo e grave foram o bastante para me convencer. Mais ainda, os últimos dois fatores (baixo e grave) são característicos da Bass Music, como “So What” do LOONA, portanto são aspectos que não ignoro.
Para esclarecer mais outro tópico dos dois parágrafos acima, e obviamente de onde se origina o desdém, o ponto principal da Bass Music é a rejeição da melodia clássica em favor de sequências sobrepostas que mudam gradualmente ao longo de 32 a 64 compassos na batida. Na superfície, a batida 4/4 é o carro-chefe e há muita repetição, mas se você ouvir atentamente, o ritmo dá a dinâmica necessária, ou seja, a música está sempre evoluindo. Tudo isso tem um efeito psicodélico intrínseco no cérebro humano e pode gerar um estado de transe que altera sua percepção do tempo.
“Escureceu meu coração
A noite escura rasteja
Manchando minha alma
Quando abro meus olhos é como se ainda estivesse dormindo
Me arrepio com os claros vestígios da sua presença
E os nomes no chão que não pertencem a ninguém.”
Eu amo como tu explica as partes técnicas, fica de um jeito que até eu entendo kkkk, no mais X-Exo conte comigo pra tudo!!!!
PS: Saudades D.O nisso aí, esse conceito nasceu pra ele
❤
Esse comeback foi ótimo mesmo. E sim, saudades D.O aí!